RESUMO BIOGRÁFICO 2022
Mauro Andriole, paulistano, é artista multimídia: desenhista, gravador, pintor, escultor, ceramista e design gráfico. Iniciou sua carreira artística em 1982 como ilustrador na Folha de São Paulo, publicando regularmente em vários veículos da mídia impressa durante o período de 1982 a 1990. Desde 1988 dedica-se a projetos nas artes plásticas, expondo obras em galerias de arte, museus e instituições de cultura no Brasil e exterior – Centro Cultural SP, MAM SP e RJ, MASP, Museu de Kushima/Japão, Árvore Cooperativa Artística do Porto/PT, Expo Lusofonia Bremem/Alemanha. Realiza parcerias com arquitetos e decoradores em edições da CASA COR.
Em 2000 realiza o projeto A COR DO BRASIL, patrocinado pelo Grupo Accor/TICKET, e instala a obra pública O Pescador, no Museu da Assembleia Legislativa de SP, no Parque do Ibirapuera, SP.
Em 2000 ingressa na USP-SP, onde cursa Filosofia/Antropologia, áreas de conhecimento que pesquisa, presentes em todas as suas obras. Sua pesquisa focaliza as Ciências Antigas e suas relações com o Xamanismo, Taoísmo, Budismo, Cristianismo e Antroposofia. Desenvolve estudos profundos em Psicologia Transpessoal e análise Junguiana desde 2012, ministra workshops e palestras sobre a natureza humana, propondo o método analítico Estrutura Arquetípica em colaboração com profissionais de Psicologia e Psicanálise.
Sua obra se divide em três grandes núcleos: CIVILIZAÇÕES, DANÇA PARA SEGURAR O CÉU e PHYSIS, consagrando os temas pesquisados em imagens de grande intensidade simbólica.
CIVILIZAÇÕES: as obras desta série visam um estudo imagético profundo sobre as sociedades ancestrais de todo o mundo e suas relações com a transcendência. As imagens sintetizam estudos de obras tradicionais de culturas do Oriente e Ocidente tais como Tao-te-Ching, I Ching, Livro dos Mortos Tibetano e Egípcio, os Códices Maias, o Zohar e o Sefer Yetzirá, dentre outras. A investigação é essencialmente simbólica e transita livremente pelo imaginário do Taoísmo, Cristianismo Místico, Vedanta, Kabbalah, Alquimia e culturas Mesoamericanas. Este núcleo de investigação criativa ocupou as atividades do artista de 1990 a 2000, representado em obras criadas em diversas modalidades, desde desenhos e pinturas, a gravuras, relevos e esculturas.
DANÇA PARA SEGURAR O CÉU: As obras deste núcleo surgem como um centro dentro do núcleo CIVILIZAÇÕES. As pesquisas em Antropologia com foco nos povos ancestrais da América do Sul se fixam no tema: Xamanismo. A partir de 1992, com a obra “O encontro com o Pajé” e “Dança no Xingú”, o artista inicia o contato com membros destas culturas – Suiá, Xavante, Yanomami, Atikum, Tupinambá, Guaraní e Krenak. Os encontros assumem cada vez mais importância, até atingir um ápice no contato com Ailton Krenak, em 1992, no Centro de Cultura Indígena no Butantã, em SP. Neste encontro, em conversa com Krenak, surge o nome da série: Dança para segurar o Céu. A série torna-se principal e sintetiza as experiências do artista com diversos Xamãs ao longo dos anos. Das obras desta série destacam-se O Pescador, conjunto escultórico instalado na Assembleia Legislativa do Estado de SP, no Ibirapuera; um grande conjunto de monotipias e pinturas – algumas pertencendo ao projeto A COR DO BRASIL, patrocinado pelo Grupo Accor Ticket e Pão de Açúcar e, 2000.
PHYSIS: a princípio, as obras deste núcleo representam a noção filosófica grega da Physis, ou “ a natura”, que é a origem essência de uma coisa, sua causa e origem. As imagens seguem paralelamente pesquisando um subtema do Xamanismo, pelo viés da Alquimia, que tanto é presente nos povos da floresta como nas culturas da Antiguidade Ocidental e Oriental. As imagens transitam por vários estados alquímicos de substâncias e elementos naturais, associados aos estados de Alma, e a integração da consciência aos processos ocultos dos planetas e arquétipos. A série é composta por um conjunto formado por centenas de monotipias editadas em 2003 pelo artista em sua oficina.
ESTRUTURA ARQUETÍPICA
Da pesquisa teórica transdisciplinar realizada durante a criação das obras de arte, das vivências com o Xamanismo, do estudo das Ciências Antigas, principalmente com ênfase nos estudos Jung, nas obras de J. Hillman, G. Bateson, K. Wilber e Fritjof Capra, demarcando o período de 1990 a 2012, se elaborou naturalmente outra via de pesquisa paralela, da análise denominada Estrutura Arquetípica. Por fim, a Estrutura Arquetípica se estabeleceu como atividade central, aplicada como metodologia em consultas iniciadas em 2012, criando assim o registro empírico de mais de 8.000 casos analisados até o ano corrente, dos quais se extraiu uma hipótese sobre a causa da formação das redes de relação Humana, exposta na representação simbólico/matemática do fenômeno do desenvolvimento Humano numa visão sistêmica.